Ministros do TSE criticam voto impresso, que deve custar R$ 2,5 bilhões

A impressão do voto nas urnas eletrônicas em todo o país deverá custar 2,5 bilhões de reais aos cofres públicos nos próximos dez anos, segundo projeção do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Além de criticar os elevados gastos com a troca das atuais urnas eletrônicas por modelos com impressoras, ministros do TSE acreditam que a reprodução do voto em papel vai provocar uma série de transtornos a partir do ano que vem, como aumento nas filas e no número de equipamentos com defeitos.

“Isso vai inspirar custos adicionais gigantescos. O país, destroçado economicamente, agora fica desperdiçando dinheiro com isso? É voltar para a fase das cavernas do ponto de vista eleitoral”, avaliou o ministro Tarcísio Vieira. Em maio, corregedores da Justiça Eleitoral divulgaram carta aberta criticando a medida. Assinado pelo corregedor-geral, o ministro Herman Benjamin, o texto observa que o Brasil “não tem condições neste momento de pagar esse preço quando as prioridades deveriam ser outras”.

A expectativa inicial é de que a implementação fosse em todas as sessões a partir de 2018. No entanto, o Tribunal trabalha com a nova previsão de ter apenas 35 mil urnas do novo modelo – em um total de 600 mil – sendo utilizadas na próxima eleição. O novo equipamento custa 800 dólares (2,5 mil reais), contra 600 dólares (1,8 mil reais) da versão anterior.

“É claro que a implementação seria feita paulatinamente, mas tem uma repercussão enorme, quando faltam recursos para o próprio financiamento de campanha”, afirmou o presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes. O magistrado tem tido conversas frequentes com o presidente da Câmara, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), para tentar adiar ou até mesmo barrar definitivamente a nova modalidade.

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